O elogiado 1º álbum do projeto eletrônico pernambucano Chambaril chega aos streamings

Chambaril (em formato banda), foto por: Queops Negronski

Chambaril é um projeto de música eletrônica do inicio dos anos 2000 em Recife, encabeçado por manipuladores de som e músicos: Claudio N e Pi-R. Ao vivo, o projeto se desdobrava em banda com formação fluida de jovens e talentosos músicos (a mais conhecida delas, essa ai da foto do Quéops Negronski). As músicas misturavam estilos que iam do brega recifense ao Miami bass, tão famoso no funk carioca, passando pelo Hip Hop, sonoridades indies de outros tempos e até metal (ouça “The Funker”, amigo banger). Tudo isso em colagens sonoras, beats e passando por falas e frases incríveis de Costinha e outros nomes, que já eram meme, antes mesmo dos memes bombarem na internet.

Em 2005, o projeto lançou seu primeiro álbum homônimo pelo extinto selo Bazuka Discos, do Coquetel Molotov, com distribuição por outro selo importante pro indie nacional que não existe mais, a Peligro. Na época do lançamento, Alexandre Matias (ele mesmo, do Trabalho Sujo, a época na Folha de São Paulo) falou o seguinte sobre o trabalho: "O primeiro disco, batizado com o nome da banda, abre com beats de hip hop velha-guarda, cordas chorosas que parecem terem sido abduzidas do "Álbum Branco" dos Beatles, levada sintética de flash-house, baixo à Prince, piano apocalíptico, gemido de gaita de blues. Mas a indigestão é meramente textual -em disco, tudo flui macio e sutil".

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O álbum, com 14 faixas, foi um dos destaques da cena indie pernambucana do inicio deste século, que tentava emergir da lama pós a exaltação do manguebit de Chico e cia. Tal qual a mistura de aroma e sabores do prato Chambaril, o projeto dava o tom de aleatoriedade pós-moderna, tão comum hoje em dia. Onde tudo se mistura, desde as tags aos estilos de vida e acaba na criação de algo novo. Nas palavras do Lúcio Ribeiro (ele mesmo, do Popload, à época, em coluna também na Folha de São Paulo): “O CD do Chambaril, guardada às proporções, lembra "Sobrevivendo no Inferno", do Racionais MC's, dada a enorme quantidade de auto-informação misturada a informações "recebidas", na forma de samplers”. Ou faça como o Diplo, que apelidou o álbum de “Baião de Samplers” e disse a revista Trip: “Eu poderia estar fazendo qualquer coisa e ouvindo o som”.

A questão é que 15 anos depois de seu lançamento o álbum soa tão atual quanto na época em que foi lançado e chega aos streamings em mais um resgate do selo Hominis Canidae REC. O álbum foi disponibilizado no blog do Hominis Canidae pra download 10 anos atrás (baixe aqui) e foi um dos primeiros pensados para essa fase de resgate sonoro para os streamings modernos!

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